quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Hoje.


Está tudo bem não pensar no futuro
Está tudo bem não pensar que nada é para sempre
Não tem problema achar que não sofrerá nunca mais
E sentir que tudo vai ficar bem
Qual o problema em sorrir no meio de uma tragédia?
Hoje você pode esquecer tudo que destorce sua face negativamente
Tudo bem sair por aí sem destino qualquer
Tudo bem querer fechar os olhos por um momento e tudo em volta ficar nulo
Está tudo bem em achar que tudo é perfeito 
Porque hoje é um dia em que você pode se iludir
Não tem problema
Está tudo bem se você precisa de uma fuga
E daí se isso é um momento passageiro?
As vezes é tudo que precisamos.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Aqueles momentos.


Eu sinto uma nostalgia enorme dos momentos de paz, é uma saudade incontrolável e dolorosa. Em contrapartida, sinto profundamente que nunca tive esses momentos, como se essas memórias fossem apenas imaginativas.

Sinto falta do que nunca vivi.

Sinto falta daquelas horas da vida em que nada acontece e não há preocupações, apenas aquele vazio aconchegante inexplicável. Aqueles momentos que são feitos para recapitular intensamente tudo que vivemos para que no final, o único sentimento que ficará é a ansiedade do que está por vir. E talvez, por breves segundos, tudo que precisamos são desses momentos de paz, para percebemos que a vida é movida por atitudes e inquietações.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014



A arte é a parte mais idiossincrática do meu ser. Pra mim não há nada mais belo que o expressionismo, essa capacidade única, profunda e sem regras do ser humano ligar dois mundos. Há algo que precisa sair, algo que tem a necessidade de não se limitar. Quando colocamos no mundo o que há na problemática da psique, é único e incontestavelmente perfeito. Em minha inconstância interior, há um plano de imanência imutável: Não há alma sem arte, nem arte sem alma.

Nathália Lopes

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Se limitar não é mais viável.
Se limitar é atraso.
A vida é muito mais que quebrar a cara de vez em quando.
Agora, antes de muita coisa, vale perguntar:

Por que não?


Nathália Lopes

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Variação do Eu (Sem Você)



Quero tempestades, dias chuvosos, todos em casa, todos, até os mortos.
Eu queria te encontrar de novo e perguntar se sou o que você esperava. Quero saber quais eram seus planos pra mim e te dizer que é muito difícil não sabê-los. Tenho certeza que seriam meus guias nos dias duvidosos. Tenho certeza que seriam os melhores do mundo. Quero saber também em como você iria conversar comigo quando eu fizesse algo que você não gostasse. Sonho com o tom da sua voz. Seria calmo? Você deixaria eu cortar o cabelo curto? Lembro que chorou quando eu o fiz, sabe, quando colocaram cola nos meus cachos que tanto te orgulhava na minha 1ª série. Tenho certeza que você nunca deixaria eu alisá-los. Desculpa, tive que fazê-lo. 
Tenho certeza que eu não teria vivido metade do que já vivi e provavelmente eu seria muito mimada. Mas agora eu nem ia me importar, adoraria ser mimada por você. Adoraria ser uma bobona sem experiência alguma. Adoraria ser ingênua e ficar muito irritada com sua proteção. Adoraria nossas brigas. E os bolos de banana que eu sei que você prepararia para o café da tarde. E em como você ia conversar comigo sobre cada um daqueles temas polêmicos na adolescência. E em como faria questão de conhecer os pais das minhas amigas. E em como eu seria mais menina, bem menos madura. Em como você ficaria preocupada em me proteger e ao mesmo tempo me mostrar o mundo.
Adoraria tudo, pelo simples fato de que eu teria você ao meu lado.
Me assusta a possibilidade de que eu poderia ser completamente diferente se você estivesse aqui. Como se fosse algum tipo de variação do meu "eu".
Nunca deixei de me perguntar: Quem eu seria?
Talvez a mesma, mas sem aquele sentimento vazio que a vida fez você deixar.

Nathália Lopes

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Eu sinto muito.


Preciso confessar uma coisa:

Eu sinto muito.

Não, não é pra você ou pra alguém específico além de mim. Leve ao pé da letra: Eu sinto muito. Porque de fato, sinto mesmo. Preciso de coisas e pessoas intensas, de leituras profundas que me inflam o peito, um poema que me faça sentir de novo algum momento. Preciso de intensidade tanto quanto do escapismo cotidiano. Preciso de cor, vida no olhar, esperança. O que não consigo sentir, pra mim não tem valor, passa despercebido. Preciso de arte, música e amor. Não gosto de olhar opaco, frio, calculista, gosto do imperfeito e contrariando a tudo, gosto da solidão. Não gosto do exposto, me assusta, recuo. Olhar intenso intimida, mas gosto desse tipo de intimidação. Gosto de ser vulnerável a coisas e sensações boas. Que entrem! Minhas janelas estão sempre destrancadas, mas o vento e a luz acham que estão trancadas só pelo fato de estarem encostadas. Gosto do que emociona, apaixona por breves segundos.


Sinto muito, preciso sentir.

Nathália Lopes.

domingo, 26 de maio de 2013

Canto.

Me encolho no canto do meu refúgio amarelado, um pouco angustiante, um pouco claustrofóbico. Deito e deleito na maciez de onde costumo sonhar acordada e penso na nostalgia do que quis, na ansiedade do que quero.É o lugar onde só minha pessoa pode caber, ali não há espaço nem para mais uma bala de morango cheia de formigas. Meus olhos mesmo cerrados, ainda conseguem ver adiante, adiante dos meus mais puros desejos ingênuos. Minha mente deixa-se levar pelos proprios pensamentos fúteis como se estivesse descarregando tudo de inútil que absorveu durante o dia, e deixa apenas o mais importante.No meio dos papéis cheios de ideias, entro no mundo onde eu dito as regras, onde tudo me pertence e ninguém pode saber. Tiro um tempo para divagar sobre a realidade e para me concentrar na minha imaginação. Preciso de um tempo só meu, só da minh'alma, onde eu não preciso me entender, só me deixar levar sem reservas, sem medo, sem preocupações... Para depois sair carregada daquele cubículo. Levantando o muro entre meu eu interior e o eu exterior, pois só no meu cubículo amarelado que me permito soltar-me das amarras da realidade.

Nathália Lopes