Preciso confessar uma coisa:
Eu sinto muito.
Não, não é pra você ou pra alguém específico além de mim.
Leve ao pé da letra: Eu sinto muito. Porque de fato, sinto mesmo. Preciso de
coisas e pessoas intensas, de leituras profundas que me inflam o peito, um
poema que me faça sentir de novo algum momento. Preciso de intensidade tanto
quanto do escapismo cotidiano. Preciso de cor, vida no olhar, esperança. O que
não consigo sentir, pra mim não tem valor, passa despercebido. Preciso de arte,
música e amor. Não gosto de olhar opaco, frio, calculista, gosto do imperfeito
e contrariando a tudo, gosto da solidão. Não gosto do exposto, me assusta,
recuo. Olhar intenso intimida, mas gosto desse tipo de intimidação. Gosto de
ser vulnerável a coisas e sensações boas. Que entrem! Minhas janelas estão sempre
destrancadas, mas o vento e a luz acham que estão trancadas só pelo fato de
estarem encostadas. Gosto do que emociona, apaixona por breves segundos.
Sinto muito, preciso sentir.
Nathália Lopes.